domingo, 23 de setembro de 2012

Fotos que contam histórias (5)


Quem consegue identificar?
(É num sítio bem central em Évora)

Cabe a cada um criar uma frase de recordação sobre o retratado.

Fotos que contam histórias (4)


Os eborenses reconhecem certamente o local.

Cabe a cada um criar uma frase de recordação sobre o retratado.

Fotos que contam histórias (3)


O avião que, em criança, muitas vezes "pilotei" nas piscinas municipais de Évora.

Cabe a cada um criar uma frase de recordação sobre o retratado.

Fotos que contam histórias (2)


Os eborenses reconhecem certamente o local.

Cabe a cada um criar uma frase de recordação sobre o retratado.

Fotos que contam histórias (1)


Sabe onde foi tirada?

Cabe a cada um criar uma frase de recordação sobre o retratado.

Embraer envia primeiros componentes no próximo mês


A Embraer vai enviar para o Brasil os primeiros componentes fabricados em Évora já no mês de outubro.
“Devemos embarcar os primeiros conjuntos para o Brasil já no mês que vem”, disse, em conferência de imprensa, o presidente da Embraer, Frederico Curado.
O responsável da empresa esclareceu ainda a questão dos postos de trabalho, explicando que as duas fábricas já empregam cerca de 100 pessoas, mas que esse número vai aumentar.
“Esse número vai crescer para um patamar de até 400 e, depois, 600, nos próximos anos. Vai depender da carga [volume] de trabalho”, afiançou.
A Embraer inaugurou ontem as duas fábricas de Évora, uma de estruturas metálicas (partes de asas) e outra de materiais compósitos (componentes para caudas).
O investimento foi de 177 milhões de euros.

In: Diário Digital

António Palolo - Pintor (Figuras de Évora)



António Palolo (João António da Silva Palolo) nasceu em Évora em 1946 e morreu em Lisboa em Janeiro de 2000. Em 1964 realiza a primeira exposição individual na Galeria 111, em Lisboa, com a qual mantém uma relação de trabalho privilegiada até ao início da década de 80.O Jornal de Letras e Artes, na sua edição de 8 de Abril, desse mesmo ano de 1964, elogiava a pintura «experimental» deste artista, para quem a «concepção plástica acompanha de perto uma noção amplíssima do significado da própria cor, considerada como um elemento independente da própria forma», o texto crítico era de Alfredo Margarido.

António Palolo aprender as técnicas básicas da pintura com o seu pai, também ele um magnífico pintor autotidacta.

Tive o previlégio de ser amigo de ambos.




sábado, 22 de setembro de 2012

Autarca de Évora acredita que projecto da Embraer vai atrair mais empresas aeronáuticas

Foto Miguel Manso


O autarca de Évora, José Ernesto Oliveira, congratulou-se hoje com a inauguração das duas fábricas da Embraer na cidade, na sexta-feira, garantindo que este “enorme projecto” vai ter “repercussão” e atrair outras empresas do sector aeronáutico.


“O que se está a assistir em Évora vai ter repercussão nos anos seguintes, com a natural aproximação de outros operadores industriais ligados à indústria aeronáutica, que aqui” poderão “vir a desenvolver os seus projectos, disse.

O presidente do município de Évora falava à Agência Lusa a propósito da inauguração, esta sexta-feira, das duas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer na cidade.

Assegurando tratar-se de “uma data e de um momento particularmente gratos”, o autarca disse que este projecto “começa agora”, mas “tudo indica” que terá “um futuro largo à sua frente”.

Questionado pela Lusa sobre o efeito de atracção deste investimento, José Ernesto Oliveira limitou-se a revelar, sem pormenores, que existem mais empresas interessadas em Évora.

“As coisas continuam num plano não propriamente negocial, mas há reservas de terrenos”, admitiu, recordando que o loteamento do parque aeronáutico foi sujeito a alterações para a criação de lotes que possam “acolher empresas mais pequenas”, mas sempre ligadas a esse sector.

“Estamos convencidos” de que, no seguimento do projecto da Embraer, “se vão concretizar outros projectos, a curto prazo”, vaticinou.

O presidente da Embraer Portugal, Paulo Marchioto, adiantou que as unidades, uma de estruturas metálicas (partes de asas) e a outra de materiais compósitos (componentes para caudas), já representaram um investimento de 177 milhões de euros.

O projecto foi formalizado em Julho de 2008, através de um acordo assinado em Lisboa, perante o então primeiro-ministro José Sócrates e o ex-presidente brasileiro Lula da Silva.

Um ano depois, a 26 de Julho de 2009, foi lançada em Évora a primeira pedra de uma das fábricas, numa cerimónia também presidida por José Sócrates.

O arranque oficial da construção, no parque aeronáutico situado na periferia de Évora, junto ao Aeródromo Municipal, deu-se a 2 de Novembro de 2010.

Após a fase de “testes” e de “ajustes” dos seus dois novos “Centros de Excelência”, ao longo do Verão, a empresa, líder no sector de aviação comercial e a terceira maior construtora aeronáutica do mundo, inaugura agora as unidades e aponta as primeiras entregas para “o final do ano”.

“Foi uma aposta que travámos com muita determinação”, mas também “arriscada na altura”, lembrou José Ernesto Oliveira, aludindo à crise financeira e económica.

Contudo, “todos os obstáculos” foram superados e “este enorme projecto” vai ter impactos em termos laborais, porque a cidade, garantiu, “vê criada oportunidade de emprego qualificado, particularmente para os jovens”.

As fábricas já empregam 98 pessoas, mas o projecto global, segundo estimativas da Embraer, prevê a criação de um total de “600 postos de trabalho directos e 1400 indirectos”.



20.09.2012 - 13:16 Por Lusa

in : Público 21.09.2012

Grupo de cidadãos corta trânsito no centro de Évora


Cerca de meia centena de pessoas cortaram hoje o trânsito na Praça do Giraldo, no centro de Évora, em protesto contra as medidas de austeridade, numa altura em que decorria a reunião do Conselho de Estado.


O corte de trânsito, ao final da tarde, prolongou-se durante cerca de 15 minutos, tendo afetado a circulação nas ruas da República e do Raimundo, constatou a Lusa no local.

A manifestação de protesto pacífica, que coincidiu com a reunião do Conselho de Estado, que ainda decorria cerca das 19:30, foi promovida por um grupo de cidadãos que emergiu da manifestação de 15 de setembro.

Depois da chegada de elementos da PSP, os manifestantes levantaram o corte de trânsito e dirigiram-se para a Praça do Sertório, onde se localizam os Paços do Concelho de Évora.

O Presidente da República reuniu hoje o Conselho de Estado para analisar a crise da Zona Euro e a situação nacional, marcada pela contestação à Taxa Social Única e pelo clima de instabilidade na coligação governativa.

A reunião do órgão político de consulta do Presidente da República foi anunciada na passada sexta-feira, uma semana depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter anunciado novas medidas de austeridade para 2013, na sequência da quinta avaliação da `troika" ao Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal.

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
in: DN

domingo, 16 de setembro de 2012

Évora - Ruas e travessas, Praças e Largos / Vol I


AS CASAS PINTADAS DE ÉVORA




Situado em pleno centro histórico de Évora, o Jardim das Casas Pintadas remonta ao século XVI e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1950. No final de 2008 abriu ao público, após um projecto de recuperação que criou condições para se circular e apreciar as pinturas do jardim.Dia(s) de Encerramento: Não encerra



Évora - CasasPintadas (Vasco da Gama) » http://www.facebook.com/video/video.php?v=1375665625330



Horário de Funcionamento: Das 09:30 às 17:30;



Observações: A visita é gratuita, sendo apenas necessário solicitar a entrada no Fórum Eugénio de Almeida (mesmo ao lado do jardim), onde receberá também um folheto informativo.

OUTRAS INFORMAÇÕES:

Localização Évora

7000 ÉVORA

Distrito: Évora

Concelho: Évora

Freguesia: Évora (Sé e São Pedro)



http://www.lifecooler.com/canalalentejo/desenvRegArtigo.asp?reg=417788&cat=19



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AS CASAS PINTADAS DE ÉVORA E OS SEUS FRESCOS DE MISTÉRIO E MISSÃO

1. Se as «Casas Pintadas» que hoje subsistem foram bens patrimoniais do Almirante D. Vasco da Gama, não se encontra comprovado documentalmente.

Em documento do Século XVI[1] (1591) lê-se:

“… casas do Conde da Vidigueira q estam junto ao escrivão Cunha e junto da Inquisição.” Pertenciam a D. Francisco da Gama, 4.º Conde da Vidigueira e futuro Vice-Rei da Índia (neto de D. Vasco da Gama).



2. Ainda segundo a tradição, não documentada, D. Vasco da Gama terá vivido em Évora entre os anos de 1507 e 1519, casando-se nesta cidade com D. Catarina de Ataíde…



3. Todo este quarteirão foi profundamente modificado em 1636 pelo Arq.to Mateus do Couto, aquando da venda pelos Condes da Vidigueira ao Santo Ofício. O bloco original, de proporções reduzidas, tinha fachadas para os terreiros do Marquês e da Sé e para uma rua pública que o separava do Paço dos Gamas, compreendendo um grupo de casario que el-rei adquiriu aos herdeiros do Coudel-Mor D. Francisco da Silveira.

O Paço dos Gamas era, em 1591, habitado por D. Francisco da Gama, 4.º Conde da Vidigueira e futuro Vice-Rei da Índia. Depois de 1597 as casas foram vendidas à Inquisição. Em 1662, por autorização municipal, que aprovou o projecto do Arq.to-mor Mateus do Couto, o primitivo Paço da Inquisição sofreu grandes obras de ampliação, absorvendo parte da moradia dos Condes da Vidigueira.



4. Refere-nos Túlio Espanca[2] que “Tristão da Cunha vivia em casas grandes no Terreiro da Sé, as quais foram, mais tarde, ocupadas pelo Tribunal do Santo Ofício. Contíguas ficavam as residências de Pero Borges, as dos herdeiros do coudel-mor e a pousada de Roque Pires e do licenciado João Dias.”



5. Na fronteira das casas teria, segundo a tradição, mandado pintar D. Vasco da Gama, frescos alusivos às suas viagens descobridoras no Oriente.

Podemos então ler na obra do P.e Francisco da Fonseca, Évora Gloriosa[3], em 1728, em relação às ditas casas de Vasco da Gama: “… suas casas eram as que chamamos pintadas, por causa dos bichos, e animais, pouco ha que D. José da Gama (que é 5.º neto do nosso D. Vasco da Gama, Arcediago da Sé do Algarve e Deputado do Santo Ofício de Évora) nos disse que o ouro que se está ainda vendo entre estas pinturas, he do primeiro que o dito D. Vasco trouxe da India…”.

Refere o eminente historiador A. Filipe Simões em 1871 que, na altura, “ainda aqui existem pessoas que se recordam de ter visto por cima da porta das casas chamadas de Vasco da Gama, pintados e dourados, uns índios, entre árvores e objectos orientais, que se diziam allusivos ao descobrimento da Índia”[4].



6. Segundo Túlio Espanca, dos primitivos edifícios subsistem algumas janelas quinhentistas – uma geminada, de arcos de ferradura e inspiração mudejar – abóbadas nervuradas no interior e uma ala do claustrim, com oratório privativo, recoberto por pinturas murais a fresco, de espírito renascentista. Espanca, por conseguinte, integra o espaço das actuais pinturas sobreviventes, na propriedade dos Gamas, não obstante este claustrim se encontrar numa cota muito superior aos restantes edifícios e ostente, pintado, o brasão da família nobre eborense dos Silveiras Henriques, como mais à frente se verá.



7. Quanto às pinturas actuais, temos que:

Pinturas a fresco de símbolos sagrados e mitológicos, bem ao estilo da mentalidade das épocas de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I.

Friso com pintura essencialmente decorativa: vasos, anjos e folhagem nitidamente ao gosto clássico renascentista, rematado por um friso menor de composição geométrica.

Do friso às abóbadas: coloração homogénea onde os ocres, os castanhos e os vermelhos velhos se impõem. É-nos apresentado um verdadeiro mundo de simbologia animal com animais do bestiário contemporâneo do autor ou autores: duas sereias – mulher-ave e mulher-peixe –, dragões, basiliscos, hidra de sete cabeças, pavão e ganso, mochos e falcões, patos e andorinhas, leopardos e panteras, galos, perdizes, coelhos, raposas e veados, papagaio, além do simbólico pelicano encimando a porta da capela-oratório, e um solitário pastor a tocar gaita-de-foles tendo a atenção de diversos animais…E ainda, nas abóbadas, cordas com nós, em grupos de três…

Diz-nos a investigadora Y. K. Centeno, numa sua obra que:

“(…).

Os animais, representando instintos ou impulsos, por vezes antagónicos, são símbolos das forças (…) que é necessário integrar. O bestiário alquímico é extremamente rico. Cães, lobos, cisnes, veados e unicórnios, caracóis, leões, serpentes, dragões, salamandras, pavões, são alguns dos animais mais representados. Ligam-se aos elementos terra, ar, água e fogo, consoante os casos. (E aludem ainda às cores da obra, ou aos princípios em jogo).

(…).”[5]



Desconhece-se o autor das pinturas assim como persiste o problema da não datação dos frescos. Pintura de síntese e analogia…



Em relação à iconografia apresentada deste riquíssimo e simbólico bestiário, temos 5 grandes agrupamentos, a saber:

• o 1.º – o das garças – essencialmente luminoso, pelos animais que enquadra e olhando à sua simbologia. Conotações com o Paraíso Perdido?…

• o 2.º – o das sereias – truncado, pois a abertura da porta hoje existente fez desaparecer alguns elementos pictóricos. Conotações com a Ilusão e Queda?…

• o 3.º – o do pastor-músico – único antropomorfismo (completo) que podemos ver nos diferentes conjuntos. O Acordar?…

• o 4.º – o da hidra – que, em relação às figuras tanto neste quadro como nos anteriores é a mais imponente e monumental. A Grande Demanda?… A grande luta entre o Bem e o Mal, a Luz e as Trevas…o Fim dos Tempos…

• o 5.º – encontramo-lo a rodear a porta de acesso à capela-oratório e é dominado pelo pelicano crístico[6], símbolo tão caro a El-Rei D. João II. Conotações com o Cristo/O Paraíso Reencontrado (perspectiva messiânica), a Redenção/Salvação…

No interior da capela-oratório podemos ver, frontalmente, a figuração da Sagrada Família. Na parede lateral direita (em relação ao observador), uma representação da Descida da Cruz. Na lateral esquerda podemos observar dois quadros pintados, alusivos à figura de S. Cristóvão e, tudo leva a crer, ao milagre da Missa de S. Gregório.



8. No tecto da capela-oratório, encontra-se muito bem pintado o brasão da família dos Silveiras Henriques, de Évora.

D. Fernão da Silveira, que herdou o ofício de coudel-mor de seu irmão Diogo da Silveira (1464), casando com D. Isabel Henriques, deu origem à linha de Silveiras coudéis-mor de Évora em tempo d’El-Rei D. Afonso V – usou armas esquarteladas de Silveiras (de prata, três faixas de vermelho) e Henriques (torre piramidal com dois leões de pé), segundo interpretação heráldica de D. Luís de Lancastre e Távora, marquês de Abrantes, em 1969.

A origem dos Silveiras Henriques:

• Nuno Martins da Silveira, 4.º Senhor da Casa e Quinta da Silveira, no termo do Redondo (1413), foi armado cavaleiro em Ceuta pelo Infante D. Duarte (1415). Foi embaixador de D. João I a Castela. Foi escrivão da puridade dos Reis D. Duarte e D. Afonso V. Por este último foi-lhe dado o foro de rico-homem. Teve os direitos reais da Mouraria de Évora e o ofício de Coudel-mor. Casou com D. Leonor Gonçalves de Abreu, em 1449 e usou as armas dos Costas (expostas no adro da Sé de Évora).

• Diogo da Silveira, 5.º Senhor da Casa e Quinta da Silveira. Foi 1.º administrador do Morgadio de Évora, e da capela do Senhor Cristo Salvador do Mundo (Convento de S. Domingos). Fidalgo da Casa d’El-Rei D. Afonso V e seu escrivão da puridade. Teve ofício de Coudel-mor e de Vedor-mor das Obras do Reino, tal como seu pai. Morreu numa expedição a África em 1464.

• Fernão da Silveira, que herdou o ofício de Coudel-mor de seu irmão, em 1464. Casando com D. Isabel Henriques, deu origem à linha dos Silveiras Coudéis-mores de Évora em tempo de D. AfonsoV – usou armas esquarteladas de Silveiras e Henriques.

• Nuno Martins da Silveira, o Moço, casando em Évora, a 15 de Agosto de 1482, com D. Filipa de Vilhena (filha do Senhor de Unhão), teve dez filhos, entre os quais António da Silveira que se celebrizou na Índia como Capitão de Dio, aquando do primeiro cerco de Dio.



9. Uma eventual interpretação do significado dos frescos só fará algum sentido se atendermos à existência em Portugal de todo um conjunto de doutrinas joaquimitas, herméticas e neo-platonistas muito em voga naqueles tempos. Recorde-se aqui que D. Afonso V, monarca de cultura ímpar, foi “Astrólogo, músico, alquimista provável, iniciado na cabala talvez pela mão de D. Isaac Abarbanel (1437-1508), seu conselheiro indefectível, almoxarife e rabi-mor de Portugal, Afonso V dedicou-se de igual modo à exegese bíblica e, sobretudo, aos cálculos das cronologias e à epilogística, como se deduz do passo seguinte de uma carta (1503) de Cristobal Colón aos Reis Católicos: ‘Santo Agostinho ensina-nos que o mundo terá fim aos 7000 anos da criação; e tal é também a opinião dos sagrados teólogos e do Cardeal Pedro d’Ailly. Como, segundo o cálculo do rei Afonso de Portugal, passaram já 6845, resta pouco até ao fim do mundo’.”[7]

Como curiosidade e para melhor enquadrarmos a figura de D. Afonso V, o historiador Barbosa Machado atribui-lhe o Tratado de melicia conforme o costume de batalhar dos antigos portugueses e o Discurso em que se mostra que a constellação chamada Cão Celeste constava de vinte e nove estrellas e a menor de duas, este, muito louvado por Zacuto Lusitano no seu De Medicorum principium Historia, impresso em Londres em 1614. Sete anos depois (1621)saíam dos prelos de Thomas Harper, na mesma cidade, os Five Treatises of the Philosophers Stone, apontando-se como autor para dois deles um “Alphonso, King of Portugal”.

Igualmente os Reis D. João II e D. Manuel I se rodearam de uma auréola de mística hermética que ainda hoje se encontra indecifrável pois que a nossa mentalidade moderna ainda não conseguiu a chave para penetrar esses Mistérios de Quatrocentos e de Quinhentos…

Quanto às pinturas em questão, de resto, a mensagem subjacente aos frescos, terá eventualmente que ver com as doutrinas escatológicas, joaquimitas e apocalípticas, por um lado apontando os fins dos tempos mas, por outro, apresentando a Revelação de Cristo e a Doutrina Messiânica da Salvação, principalmente devido à existência fulgurante da hidra (símbolo do mal) em combate com o pavão e com outros animais luminosos…

Os conjuntos dos cordões com nós: o principal facto que nos leva a pensar que todo este bestiário não foi pintado ao acaso, nem como mera decoração, mas que encerra uma mensagem (ou mensagens) cifrada(s), é a existência insistentemente declarada dos cordões com nós, pintados a fresco, tanto nas abóbadas de nervurada gótica do claustrim como na abóbada da capela oratório. Poderemos adiantar a hipótese de estarem directamente relacionadas com os Mistérios Cristãos de finais de Quatrocentos, todavia imbuídos de tal heterodoxia, no que diz respeito aos nós, que fez com que, uns anos mais tarde, a vizinha Inquisição os tivesse mandado caiar…

Vários autores propõem um leitura espiritual para estes denominados laços de amor, no nosso caso simbolizaria a memória do mar navegado e do fazer náutico, da empresa náutica à peregrinação espiritual. E notemos que a família dos Silveiras sempre esteve ligada com a Empresa dos Descobrimentos Portugueses – Nuno Martins da Silveira, recordemos, foi investido Cavaleiro pelas mãos do Infante D. Duarte em Ceuta; D. Diogo da Silveira, que acompanhou D. Afonso V em expedição à África, aí morreu a combater; António da Silveira, ficou célebre como Capitão de Dio; D. Gonçalo da Silveira, jesuíta, celebrizou-se na evangelização da Rodésia; e, finalmente, D. João da Silveira, que perdeu a vida em Alcácer Quibir…

O nó, com uma conotação espiritual de união mística com Deus ou com Cristo, significará compromisso, e simultaneamente, transmissão de conhecimento…uma reconstituição, uma religação com a Unidade perdida… a Palavra Perdida a ser reencontrada através de uma Empresa Espiritual…



Rui Arimateia, Évora, Janeiro de 1998



Notas:



[1] Livro das Visitações dos oratórios desta cidade de Évora.

[2] In «A Cidade de Évora», N.º 63-64, 1980-81 ver, à pág.135, Rol de apontamentos curiosos, respeitantes à história da Cidade de Évora (1536).

[3] Biblioteca Pública de Évora, Ms.T.2.º cod CXXX/1-9.

[4] Carta a Teixeira de Aragão…

[5] in «A Alquimia do Amor», Lisboa, 1982 (págs.32-33).

[6]Louis Réau, na sua obra «Iconographie de l’Art Chrétien», Paris, 1955-59, contrapõe o pelicano cristológico, o que apresenta o bico virado para a esquerda, ao pelicano não-cristológico, com o bico voltado para a direita.

[7] Conceição Silva, Os Painéis do Museu das Janelas Verdes, Lisboa, 1981 (à pág.60).



PUBLICADO POR EMANUEL »» http://evoraoculta.blogspot.com/

http://www.youtube.com/watch?v=x1nZnmClLlg


Évora - Casas Pintadas (Vasco da Gama) » http://www.facebook.com/video/video.php?v=1375665625330

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Queda de aeronave em Évora faz um morto



A queda de uma aeronave próximo do aeródromo de Évora provocou hoje a morte do piloto e único ocupante do aparelho, um aluno da Academia Aeronáutica de Évora.



A vítima mortal ficou "encarcerada" nos destroços do aparelho, relatou o responsável da Proteção Civil Municipal de Évora. Imagem: NUNO VEIGA/LUSA


A aeronave caiu numa zona rural, no Monte da Pereira, às 12:06 a cerca de dois quilómetros da pista do aeródromo municipal de Évora. O monomotor despenhou-se numa zona plana e sem arvoredo, a oeste da pista. Os bombeiros já transportaram o corpo para a morgue do Hospital de Évora.

Fonte da GNR adiantou à Lusa que a vítima mortal é um homem, de nacionalidade portuguesa, de 34 anos, residente na zona de Lisboa e que estava na fase final do curso da Academia Aeronáutica de Évora.

A fonte da AAE indicou que "a aeronave é pertença da academia" e que o piloto era "um aluno em voo solo". Segundo a mesma fonte, a aeronave que caiu é um avião de instrução monomotor Socata TB-200 GT.

Quanto à vítima mortal do acidente, a fonte da AAE escusou-se, para já, a dar informações, alegando que a academia aeronáutica "ainda não conseguiu contactar a família".

A Academia Aeronáutica de Évora, instalada no aeródromo de Évora, foi criada em 1999, numa parceria entre a escola de pilotos holandesa Nationale Luchvaart School, detida pela Canadian Aviation Electronics (CAE), e a TAP.

Contactado pela Lusa, o responsável da Proteção Civil Municipal de Évora, Joaquim Piteira, adiantou que "a aeronave embateu no solo e ficou completamente danificada". A vítima mortal ficou "encarcerada" nos destroços do aparelho, relatou.

Para o local do acidente foram mobilizados 25 elementos, entre bombeiros, membros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da GNR, apoiados por 10 viaturas.

A zona do acidente está vedada pelas autoridades. O acidente aéreo está a despertar a curiosidade dos automobilistas que circulam na estrada que liga Évora a Viana do Alentejo, sendo que alguns deles vão parando na berma para observar de longe.



Fonte: http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/queda-de-aeronave-em-evora-faz-u_4736.html